terça-feira, 9 de novembro de 2010

Dilma quer mudar acordo de aumento do mínimo

A presidente eleita Dilma Rousseff quer aprovar uma nova regra de reajuste do salário mínimo. Sua equipe de transição vai negociar com as centrais sindicais, em conjunto com o governo Lula, um novo mecanismo para começar a valer já em 2011.

A ideia é acertar um novo modelo para evitar o que, pela regra atual, aconteceria no ano que vem: o mínimo não teria reajuste real, sendo corrigido apenas pela inflação.

Um auxiliar de Lula disse, porém, que ele não deixará o governo com "zero de aumento real". Ontem, em entrevista à Bandeirantes, Dilma também afirmou que apoiará um reajuste real do mínimo, não seguindo a regra atual.

"Como no ano passado o crescimento [do PIB] foi zero, nós vamos discutir com as centrais um aumento maior que esse", disse Dilma, acrescentando que a intenção é manter uma regra semelhante à que está em vigor.

O reajuste do mínimo foi uma das principais bandeiras de campanha de José Serra (PSDB), que prometeu elevar o piso de R$ 510 para R$ 600, bem acima dos R$ 538,15 definidos pelo governo na proposta de Orçamento.

Serra explorou o fato de o modelo em vigor --implantado no segundo mandato de Lula-- definir que o mínimo seja corrigido pela inflação, mais a variação do PIB de dois anos antes. Como a economia não cresceu em 2009, no ano que vem o reajuste seria só pela inflação --a correção neste ano se refere à estimativa para 2010, de 5,5%.

A mudança no cálculo, porém, também desarma uma bomba na direção contrária. Neste ano, o PIB do país deve crescer ao menos 7%, o que resultaria em um percentual grande de reajuste do mínimo no futuro. Uma das propostas em estudo é antecipar parte do reajuste real a ser concedido ao mínimo em 2012.

A intenção é aproveitar as negociações do piso do próximo ano para alterar o atual mecanismo e aprovar uma "política permanente" de reajuste do mínimo.

Um assessor da presidente eleita disse que a base da nova proposta é manter a correção real de acordo com o crescimento da economia.

FONTE JORNAL AGORA

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